Série: A Corte Portuguesa no Brasil - Cap 8 - A Quinta da Boa Vista

D. João se instala na Quinta da Boa Vista (São Cristóvão) que recebe em doação do comerciante Elias Antonio Lopes, e a quem ele confidenciou maravilhado (sic): Eis aqui huma varanda Real, Eu não tinha em Portugal cousa assim. Porém, essa casa não convence como residência real a John Luccock que a considera: acanhada e pretensiosa, mal construída e pessimamente mobiliada. Dona Maria fica no convento do Carmo. Carlota Joaquina fica na antiga sede do vice-reino no centro da cidade, que vira o Palácio Real, com 63,98 m. por 23,76 m. de área, sendo absolutamente desprezível como habitação real: um casarão sem nenhum mérito arquitetônico. Em 1817 a comitiva austríaca de dona Leopoldina se decepcionará com o palácio, que acha sujo e malcheiroso reclamando do estrume no terreno do paço e das nuvens de insetos que atraíam e comentam que: qualquer fidalgo alemão provinciano dispõe de uma residência mais bonita.



A Corte se instala no que há de melhor na cidade, que é acanhada e extremamente provinciana e deixa muito a desejar perto do que fora feito de grandioso pelo Marquês de Pombal na Lisboa pós-terremoto de 1755, com a enorme quantidade de ouro brasileiro enviada a Portugal.


A Quinta da Boa Vista avaliada em 400 cruzados rendeu a Elias a Comenda da Ordem de Cristo e o titulo de Cavaleiro da Casa Real, Elias ao morrer, em 1815, deixou uma fortuna de 235:908$701 (duzentos e trinta e cinco contos novecentos e oito mil setecentos e um réis) e, ainda mais, 110 escravos avaliados em 9 contos de réis.