Série: A Corte Portuguesa no Brasil - Cap 6 - A Adaptação da Corte aos Trópicos

A corte endividada, e atônita, com a novidade dos trópicos encontrou na colônia um tecido social que estava assim estruturado: Já existia na colônia uma aristocracia de poder econômico e privilégio social composta de senhores de engenho, criadores de gado e fazendeiros produtores de víveres e mercadorias, os quais agrupados em clãs impenetráveis controlavam as áreas situadas em torno das principais cidades litorâneas sendo que a aristocracia nordestina era simpática a Portugal e a do sul era resistente ao poder real, (Alan Manchester).

Série: A Corte Portuguesa no Brasil - Cap 5 - Carlota Joaquina

Carlota Joaquina: (*25/4/1777 +7/1/1830), é a 1a filha de Carlos 4o de Espanha e de Maria Luisa, a fogosa rainha que brigou com a Duquesa de Alba por ciúmes de Goia o grande pintor dos reis de Espanha. Carlota era bisneta de Luís XV, tetraneta de Luís XIV, ambos reis de França e profundamente orgulhosa de sua origem Bourbon, era muito feia com um rosto anguloso e quase masculino, com barba e bigode, com menos de 1,50 m e sonhava com a grandeza da Espanha, ela detestava o Brasil não vendo a hora de voltar para a Europa, não houve na corte no exílio, quem mais fez intrigas, e das mais ambiciosas, inclusive para submeter o reino português aos domínios espanhóis ou conseguir a Coroa de Espanha para si própria uma vez que seu pai Carlos 4o e seu irmão Fernando 7o estavam prisioneiros de Napoleão. Arrogante, cruel, vingativa e impetuosa tinha um gosto espalhafatoso para roupas e jóias tendo a cabeça adornada com um arranjo de jóias e plumas, foi considerada a Messalina, a Maria Antonieta, de Portugal. Tentou destronar o marido em 1805, mas foi impedida por D. João que passou a viver separado dela. Ela vive irrequieta, se deslocando do palácio Real no centro para um palacete num morro vizinho e para uma casa na praia do Botafogo, sempre cavalgando pela cidade cercada por uma guarda pessoal e exigindo que os passantes sejam quem forem, nobres ou estrangeiros, parem se ajoelhem e façam reverências em sua passagem e mandando sua guarda pessoal agredir quem não as faça, isto gera tantos incidentes diplomáticos que D. João 6o isenta os estrangeiros desta obrigação. Quando sua filha mais velha Maria Teresa se casa, em 1810, com o primo D. Pedro Carlos, Infante de Espanha, ela fica furiosa e diz que prefere a filha jogada num poço do que casada com seu primo. Ao voltar para Portugal com D. João 6o levando 4.000 cortesãos a 25/4/1821 ela disse, vou enfim encontrar uma terra habitada por homens, vivi 13 anos no escuro só vendo pretos e mulatos.

D. João e Carlota Joaquina, tiveram 9 filhos, entre eles: 1 Imperador e Rei, 1 Rei e 2 Rainhas: Maria Teresa, princesa da Beira; mulher de Pedro Carlos, Antonio, morto jovem; Maria Isabel, rainha mulher de seu tio Fernando 7o (1784-1833) rei de Espanha; Pedro, 1o Imperador do Brasile Rei Pedro 4o de Portugal; Maria Francisca, rainha mulher de Carlos 5o (1788-1855) rei de Espanha; Isabel Maria, regente de Portugal (1826-1828); Miguel, que pelo casamento com a filha de D. Pedro 1o, sua sobrinha, torna-se rei de Portugal; Maria, morta solteira e Ana Maria, duquesa de Loulé.