Série: Como agem os espiões ( CAP 2 )

Os métodos para obtenção de informação são tão variados quanto às informações propriamente ditas. Os elementos mais importantes de uma operação de espionagem a longo prazo são o uso de uma cobertura e a criação de uma legenda. Uma cobertura é uma identidade secreta, e a legenda é a história de vida e os documentos que sustentam a cobertura. Por exemplo, um agente britânico cuja identidade é a de um contador russo precisaria falar russo e conhecer muito sobre finanças russas. Para fazer a cobertura parecer mais realista, a legenda deve ser muito convincente. O agente terá uma história de vida falsa que ele precisa memorizar.

Onde ele estudou? Ele tem um diploma que prove isso? Onde ele nasceu? Quem é sua ex-mulher? Quais são seus hobbies? Se a legenda afirma que o agente gosta de pescar, é melhor ter um equipamento de pesca em casa - o fracasso ou o sucesso dos espiões depende desses mínimos detalhes.
Uma vez definida a cobertura, ele deve passar anos exercendo sua atividade e estabelecer confiança. O espião pode tentar ser promovido ou transferido para uma posição com acesso a informações vitais, ou ser amigo de alguém que tenha acesso a elas.
É possível para um espião memorizar a informação e passá-la para seu controlador. Entretanto, é mais confiável fotocopiar papéis e mapas, normalmente transferindo os dados para um pequeno pedaço de microfilme ou microponto. Roubar documentos originais poderia acabar com a cobertura do espião. Então, uma variedade de minicâmeras escondidas em objetos inofensivos são utilizados.
Há inúmeras maneiras tecnológicas para os países espionarem um ao outro sem mesmo enviar um espião para coletar informações. Satélites equipados com câmeras revelam posições de unidades militares desde a década de 60. Primeiramente, o satélite lançaria no oceano uma lata com o filme dentro. Em 1970, a tecnologia do filme digital foi usada pela primeira vez, permitindo aos satélites transmitirem dados fotográficos via rádio. Hoje os satélites de espionagem podem tirar fotografias com alta resolução que podem sair na manchete de um jornal.


Era mais difícil conseguir esses detalhes nas décadas de 60 e 70 - os aviões espiões como o U2, tinham de sobrevoar o território inimigo, expondo o piloto ao risco de ser atingido, e ameaçando a nação espiã com o risco de um constrangimento internacional.
Outras formas de Tech Int, ou inteligência tecnológica, incluem microfones super-sensitivos, telefones grampeados, equipamento sísmico para detectar testes nucleares e sensores submarinos para encontrar submarinos inimigos. Os espiões também podem escanear, gravar e analisar freqüências de rádio inimigas e ligações de telefones celulares.