Resumo do livro: A casa da Madrinha - Parte 2

Alexandre informa à menina que encontrou o Pavão no caminho da casa de sua madrinha.
Vera fica triste, ante a expectativa de não mais ver nem conversar com Alexandre, por que já
tinha muita estima. Passam a conversar sobre a vida do garoto, enquanto morava no RJ.
Conta-lhe da sua vida de vendedor ambulante, em sinaleiras e praias da capital. Conta das
dificuldades, que não eram só dele, pois havia muitas outras crianças na mesma situação.

Alexandre começa a contar da viagem desde que se despediu da família, dizendo que iria
visitar a madrinha. Cansado de tanto caminhar, pegou 'carona num caminhão'. Depois da
fazenda o caminhão voltou e eu tive que andar de novo. Conta que parou no meio da mata e
sentou num toco. Em seguida surgiu um nevoeiro que não lhe permitia ver nada. Aqui o
nevoeiro é visto como personagem, na fala do narrador. Nisto esbarrou no Pavão, pediu
desculpa. Começaram a conversar. Como o pavão estava meio desmemoriado, só fazia repetir as palavras de Alexandre, situação que o fez concluir ser o pavão bicho muito esquisito.


De repente o nevoeiro começa a desaparecer e o garoto, que apesar do medo estava muito
curioso, constata a beleza ímpar do Pavão. Durante o resto do dia o Pavão seguiu Alexandre,
porém nada conversaram. Antes de seguir viagem, o menino voltou para pegar sua caixa de
sorvete com seus pertences. A certa altura da viagem, Alexandre se admirou, pois o Pavão o
chamou e começou a falar sobre a vida dele. De repente, o Pavão teve um tilte e não conseguia mais conversar direito, só repetia, novamente, a fala de Alexandre. O menino viu que, 'sem mais nem menos de novo, o Pavão tinha deixado de pensar normal, de falar normal, de mexer...' Saí o menino começou a contar para a Vera que o Pavão só pensava umas gotinhas de pensamento por dia, em conseqüência do atraso que seus cinco proprietários provocaram no pensamento do animal, com o intuito de ele pensar só o que cada um querias que ele pensasse. Antes o Pavão era normal e falava normalmente, porém as cobiças dos homens dão maior e quiseram ganhar dinheiro com o bichinho.

Alexandre conta para a Vera que 'antes de fazer sucesso, ele [o Pavão] não tinha dono nenhum. Mas foi só começar aquela história de todo mundo querer ver a beleza do Pavão que
apareceram logo cinco donos: um disse que o Pavão tinha nascido no jardim dele e então era
dele. O vizinho disse que ele é que dava comida pro Pavão e então o Pavão era dele; uma
mulher disse que ela é que tinha dado o Pavão pro dono do jardim e que então ela era a
primeira dona: uma outra disse: 'Historia! A mãe do Pavão era minha; se eu era dona d mãe
sou dona dos filhos também', e aí o quinto dono resolveu: 'O Pavão não tem nada que topar ou não topar esse negócio da gente cobrar entrada; a gente é que é dono, a gente é que resolve, pronto!' E os outros quatro também disseram: 'pronto'. O Pavão não topou e pensou em fazer uma viagem de navio. Os donos prenderam-no pela pata, mas se soltou. Prenderam pelo pescoço. Soltou-se. Prenderam pelas penas. Soltou-se. Por fim, resolveu acabar com a mania do Pavão se soltar. Levaram-no para 'uma escola feita de propósito pra atrasar o pensamento dos alunos'.

'A escola pra onde levaram o Pavão se chamava a Escola Osarta do Pensamento. Bolaram o
nome da escola pra não dar muito na vista. A escola dispunha de três cursos: O Curso Papo, o
Curso Linha, e o Curso Filtro. No Curso Papo, conversavam bastante, porém o Pavão não
podia emitir opiniões. Se assim o fazia, colocavam-no de castigo. Este primeiro curso criava
medo de tudo, no aluno, pois quanto mais apavorado o aluno ia ficando, mais o pensamento
dele ia atrasando. Para nada ouvir, o Pavão resolveu tapar os ouvidos com cera, pois assim não ficava com medo de tudo o que eles diziam. Vendo que o primeiro curso em nada adiantara, levaram o Pavão para o Curso Linha. Este curso era para costurar o pensamento do Pavão no que seus donos queriam. Travou-se uma briga entre eles até resolverem o que é que sumia e o que não sumia no costura do pensamento. Até na hora de escolherem a cor da linha para operação os cinco donos discutiram. Não conseguiram fazer a operação, pois o Pavão conseguiu sempre arrebentar a linha. Desistiram e encaminharam o animal para o terceiro curso: Curso Filtro. Nesse curso colocariam um filtro na cabeça do Pavão e filtrariam seus pensamentos. A operação foi um sucesso. Trancaram bem a torneirinha do filtro para só passar um pouquinho de cada vez. O Pavão começou a fazer o que seus donos mandavam . Um dia, quando a torneirinha falhou e o pensamento do Pavão fluiu normalmente, conheceu um marinheiro: João da Mil e Uma Namoradas, que gostava muito de presentear as garotas em cada porto que o navio atracava. O marinheiro levou o Pavão para bordo e presenteou suas namoradas com as lindas penas do Pavão.