Morar sozinho e morar com um animal de estimação é incalculavelmente diferente. Sabe aquela sensação de solidão que bate? Batia... Ter um bichano em casa, além de diminuir a sensação de estar sozinho, com certeza ainda diminuiu muito o nível de estresse. Não acredita?
A Universidade de Minessota (EUA) realizou um estudo que comprova que um homem, ao criar um felino, tem 30% menos chances de sofrer um ataque cardíaco. Um teste anterior já havia comprovado que a convivência com cachorros também é benéfica às funções cardíacas e pulmonares. E há outro lado, também: Criar um bichinho é um grande ponto positivo diante de novas paqueras. Não duvide que o coração de muitas mulheres amolece ao ver um homem passeando com o seu animal de estimação.
Don Juan nas ruas
Um exemplo de que isso funciona é Tiago Saraiva, dono do Don Quixote, um buldogue que até poderia ser chamado de Don Juan, visto o sucesso que faz pelas ruas. “Meu cachorro sempre chama a atenção por onde passa. Muita gente acha ele feio, por ser diferente, mas em geral agrada muito”, relata o chef de cozinha de 27 anos.
“Ter um bicho diminui a solidão, pois você precisa se dedicar a ele: dar carinho, passear, alimentar, além, claro, da companhia que ele faz”. A dificuldade, segundo ele, é que qualquer animal precisa do seu dono como uma criança precisa dos pais.
Frederick Itioka, jornalista, também agradece por ter a companhia de Ludovic, um “pequeno” labrador de 30 kg. “Como era adulto, solteiro, com uma vida maluca, sem horários e responsabilidades, não me via como um dono de cachorro. Mas vendo uma ninhada de cães, todos pretos, o único que tinha cor de chocolate veio correndo em minha direção e logo se apoderou do meu colo, todo desajeitado”, lembra-se.
O bichinho foi crescendo e mostrando a que veio. “Móveis, roupas, plantas e até paredes não eram páreos para o pequeno destruidor”. E, apesar da bagunça causada pelo animal, Ludovic organizou a vida de Frederick e trouxe boas lembranças. “Ter um cachorro não foi apenas voltar a ter responsabilidades e agendas domésticas (afinal, ele também tem horários para comer e fazer xixi), mas voltar à infância”.
Gatinha oferecida
Outro dono de uma gata preta é Luis Pires. “Escolhi um gato por ser um bicho independente e, principalmente, por saber instintivamente fazer as suas necessidades no lugar certo”, diz. “Morar com um bicho preenche aquela ausência de pessoas sempre ao seu lado”. Algumas vezes, quando ele chega, depara-se com certas surpresas. “Não chega a ser uma desvantagem, mas já encontrei coisas caídas no chão, sofá rasgado e pelo para todo lado... essas coisas, confesso, irritam um pouco”.
Quanto às mulheres, o gerente administrativo de 26 anos tem colhido bons frutos. “Se elas gostam? E como gostam! Algumas não curtem ou têm alergia. Mas a grande maioria gosta, principalmente porque a Lana vai com todo mundo, é superoferecida!”, brinca. “A mulherada sempre nota que você é um cara responsável, pois mora sozinho e ainda cuida de um bicho. Isso acaba contando vários pontos na hora do xaveco”.
Ará Candio começou a história com a sua cachorra bem longe. “Quando eu fui morar em Sydney, na Austrália, ganhei a Fascinator. O nome dela foi escolhido pois ela nasceu durante a corrida mais famosa da Austália, e Fascinator é o nome daqueles chapéus estranhos que as mulheres usam nessas corridas”, conta o consultor de moda e imagem de 27 anos.
Ao voltar para o Brasil, veio junto a cadela. “O custo foi altíssimo, muito maior do que a minha passagem, mas foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado”. Depois de trabalhar o dia todo, Ará diz que chega cansado e acha excelente só encontrar a sua companheira. “O que menos quero no final do dia é ter que conversar. Ela me recepciona, toda contente, só querendo brincar e passear”.