Como funciona o WikiLeaks

O WikiLeaks surgiu para o público em janeiro de 2007, quando seus fundadores anunciaram a iniciativa da organização, sem fins lucrativos, de divulgar informações obtidas através de documentos confidenciais vazados de grandes corporações e governos que interessassem à opinião pública mundial. No começo muitos dos documentos disponibilizados foram fornecidos por pessoas interessadas em denunciar (por motivo de justiça ou vingança) seus ex-empregadores, mas os mais importantes estavam relacionados a histórias de interesse público. No começo, a base de operações da organização estava na Suécia. 

O site surgiu com o intuito principal de expor os regimes opressivos na Ásia, nos ex-países que formavam a União Soviética, no Oriente Médio e na África, mas também esperava ser uma forma de apoiar "as pessoas de todas as regiões que desejassem revelar comportamentos antiéticos de seus governantes e corporações". Atualmente o WikiLeaks estabeleceu como política editorial dedicar-se unicamente a documentos de interesse ético, político, diplomático ou histórico.

O que se sabe do funcionamento do WikiLeaks mostra que sua forma de operar é composta basicamente por quatro etapas. Alguém com acesso aos documentos secretos os entrega a um integrante ou colaborador do WikiLeaks. A organização não registra informações que levem à identificação de quem entregou os documentos vazados. O WikiLeaks afirma que quando possível faz uma verificação para estabelecer a confiabilidade da pessoa que vazou o material. Depois, os documentos são analisados pela equipe da organização para que seja atestada a autenticidade do material. Segundo o diretor Julian Assange, nessa etapa, cinco especialistas checam a veracidade das informações contidas nos documentos. Finalmente, os documentos são disponibilizados no site, junto com um resumo de seus conteúdos. A organização pode também distribuir a documentação a alguns dos mais respeitados veículos de comunicação para uma divulgação simultânea das informações.

Os defensores do WikiLeaks afirmam que ele protege as fontes de informações, os jornalistas e os ativistas que querem divulgar material considerado confidencial mas que seria de interesse público. Já seus críticos, acusam o site de ameaçar a segurança nacional dos países atingidos pelo vazamento e de colocar em risco também a vida de pessoas cujas identidades devem ser mantidas em segredo.

Para garantir a segurança e o anonimato de suas fontes, Assange afirma que a organização tem criptografado tudo, espalhado suas instalações por vários países, como a Islândia e a Bélgica, e as comunicações têm sido feitas a partir do redirecionamento das ligações por diversos locais, de forma a evitar o rastreamento. Segundo ele, muitas vezes o dado vazado chega ao WikiLeaks pelo correio, endereçado a uma caixa postal, sem identificação da fonte. Em todos os casos, todo material, exceto os documentos, é imediatamente destruído para eliminar qualquer pista que possa levar a quem os vazou.